“No Estado presente do Brasil, em que os partidos se aborrecem e cabalam, na desordem das Finanças, o Ministério e o Conselho de Estado precisam muito de ter grande pulso, muito tino e circunspecção, conhecimentos vastos e fundados de governo político, e sobretudo estima e reputação pública. Só esta combinação de elementos bem reunidos é que pode curar pouco a pouco as chagas do Estado – nada de basófia e orgulho, porém modéstia, franqueza e boa-fé. E tem os nossos homens públicos estas qualidades? Tem sido esta a marcha do governo do Brasil?”
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1792
05/10/1792
Em nova etapa da viagem científica, juntamente com Manuel Ferreira da Câmara Bethencourt e Sá, José Bonifácio recebe autorização para visitar minas e fundições, e freqüentar as aulas da Academia de Minas de Freiberg, na Saxônia. A instituição “se tornara a Meca do ensino, tanto da Mineralogia e da Geologia práticas, como do que hoje se chamaria a engenharia-de-minas. Aí lecionavam então Werner – Abraham Gottlob Werner, o maior de todos – Lempe, Köhler, Klotzch, Freiesleben e Lampadius, respectivamente a Orictognosia* e Geognosia;** a Matemática pura e aplicada, especialmente a Mecânica; a Legislação das Minas; os ensaios químicos dos minérios; a Química prática; e a Metalurgia”. “Foi Freiberg a verdadeira matriz da cultura científica e tecnológica de José Bonifácio.”***
* Ciência que ensina a conhecer e a distinguir os minerais; o mesmo que Mineralogia.
**Ramo da Geologia que tem por objeto o estudo da parte sólida da terra.
*** LIBERALLI, Carlos Henrique R. “José Bonifácio, cientista e tecnologista”. In: CERQUEIRA FALCÃO, Edgard (org.). Estudos vários sobre José Bonifácio. Revista de História – Separata. São Paulo: s/e, n. 55, jul.-set., 1963, p. 25.